Para quem, como eu, fica rendido aos acordes de um violino a ecoarem a partir de um bar qualquer nesta cidade onde isso é coisa rara, assistir em dois dias as "serradas" de uma tropa de 25 viloinistas é verdadeiramente encantador. Infelizmente, por inerência desta minha condição de migrante, nunca pude desfrutar in loco desse encanto.
Defronte o emblemático edifício da Câmara Municipal da Ribeira Grande os homens de Rebeca arancam das cordas melodias muitas vezes nostálgicas capazes de evocar mil sentimentos nos presentes (e de repente me vem à cabeça a imagem, que vi na TCV, de duas senhoras de pés descalços na calçada, a deliciarem lapadas uma na outra, as sonoridades de uma melodia. A ternura com que as duas idosas davam os passos me fez pensar que no momento lhes passavam pela cabeça recordações de tempos outros, de serenata debaixo de janela, certamente)
Este ano o festival homenageou Nhô Joãozinho Alves, pai de uma turma de músicos. No Ano passado foi Nhô Kzick, que é aliás o patrono do festival. Com este evento que parece querer mesmo perpetuar, o falecido violinista das Fontainhas será sempre recordado. Mas também outros que já não estão entre nós serão sempre evocados, casos do Travadinha (também da ilha), Nho Raul de Pina, etc, etc.
Aos vivos o mister é PROSSEGUIR. Aos da ilha, que sejam os principais a divulgarem o certame:
Nhô Kzick (grupo), Lela de Teodoro, Ney Évora... este último na diáspora. Não pude assistir ao teu concerto na Praia mas ouvi dizer que foi um sucesso. Adelante!