03 agosto 2014

Festival Nacional Violino: voltou... magro, mas voltou!

Pela primeira vez, desde que começou em 2006, tive o privilégio de assistir este ano ao Festival Nacional de Violino "Nhô Kzik", na Ponta do Sol. Era a 5ª edição. Uma edição magrinha, é certo (11 violinistas num só dia. Recordo que, por exemplo, em 2007 foram 25 ) mas bem divertida.
Desde que a Câmara Municipal da Ribeira Grande teve a brilhante ideia de criar este certame, nunca tinha tido a oportunidade de o seguir de perto, embora sempre tivesse procurado estar a par. 
Mas ontem, 02 de Agosto, consegui! De férias na Ilha, não deixei escapar a oportunidade de assistir, ouvir, apreciar e registar os acordes dos violinistas de Santo Antão, São Vicente, Sal, Boa Vista, Santiago e Brava. (que pena não ter havido ninguém do Fogo, aprecio bastante os acordes dos violinistas dessa ilha!)
Na minha opinião, o Festival Nacional de Violino foi a melhor coisa que a Câmara de Orlando Delgado alguma vez pensou e realizou. Mesmo assim, não se compreende os constantes titubeios pelos lados do "Palácio da Praça da Ponta do Sol" em relação à regularidade do festival. Inicialmente concebido  para ser uma espécie de cartão de visita anual de Ribeira Grande, uma referência no panorama cultural do país, o que se tem assistido é uma incompreensível intermitência do evento: anos sim, anos não, numas edições muitos violinistas, noutras pouco, numas edições em dois dias, noutros em apenas um, como foi o caso desta última edição. Mesmo que prevaleça a eterna justificação de falta de verbas, acredito que um pouco mais de imaginação/criatividade e muita dedicação poderá fazer singrar o evento. Assim a iniciativa de realizar o festival não fica ao sabor das marés.

Notas sobre esta edição:

Violinistas: reportório bastante diversificado, muita interacção com o público (neste aspecto Noel Fortes, da Boa Vista foi genial). De quanto em vez algum descompasso entre um ou outro violinista e a Banda que os assegurava, mas nada que não seja normal, ainda para mais quando não estão habitados a tocarem juntos.

Público: Muito civismo, muita convivência. De uma forma geral, alguma apatia na hora dos aplausos, sem muita vida. Mas ao pé do palco era diferente. Dava gosto ver a festa, muitos pares dançando, sobretudo entre os mais velhos, embora a que reconhecer também o entusiasmo de uns tantos pares de jovens que dançavam com gosto

Meio envolvente: Não se poderia encontrar melhor sítio para o festival. Em frente ao magestoso edifício da Câmara Municipal tudo é bonito, tudo parece organizado. A Praça mesmo ao lado favorece a convivência, as plantas bem verdinhas e a brisa que vem do mar ali ao lado adoçam o ambiente romântico. Gente bonita, simpática, bem humorada, enfim... convivência à santantonesa!

Palco: muito "michuruco", hahahaha!. Falando mesmo a sério, o palco desta edição do Festival Nacional de violino mais parecia uma armação para um estábulo. Feiiinho, sem vida. Até as letras do nome do coitado do Malaquias Costa, o grande homenageado desta 5ª Edição, ficaram incrivelmente ofuscadas pelas letras gordas e vistosas do patrocinador oficial. Quem olhasse para o palco bem poderia pensar que se tratasse de um "FESTIVAL DE VIOLINO UNITEL T+" em vez de FESTIVAL NACIONAL DE VIOLINO HOMENAGEM A MALAQUIAS COSTA  

Diploma: a cena do Presidente da Câmara da Ribeira Grande a subir ao palco todas a vezes que terminasse a actuação de um violinista para lhe entregar um diploma de participação ficou esquisita, cá panha. Subiu 11 vezes para entregar 11 diplomas! Será que não havia mais gente do seu executivo para fazer também algumas entregas? Ou então, não seria melhor aguardar para, no momento final, fazer a entrega de todos os diplomas?

Em suma: Adorei ter assistido, pela primeira vez in loco, ao festival. Momentos únicos na Ponta do Sol, momentos únicos na ILHA.