27 março 2012

NHA ZIDORA

Nha  Zidora (Foto: BCN)
Neste dia em que muito se fala da mulher cabo-verdiana, lembrei-me desta grande senhora, que muito fez para ajudar a minha mãe a criar uma caterva de filhos, hoje todos homens e mulheres feitos. 

O peso da idade e das agruras por que passou nesta vida vai carcomendo-a pouco a pouco. Dela ouvi relatos da viagem e dos contratempos que ela e muitos outros conterrâneos passaram em São Tomé; dela ouvi contar episódios que muitos santantonenses, em plena década de fome, passaram, e da afronta que experimentou para chegar à Praia Formosa, à cata de alguns grãos de milho do barco que por lá encalhara.

Muito obrigado, Nha Zidora. És o retrato fiel da tenacidade da mulher cabo-verdiana, da mulher da ILHA.

15 março 2012

Sinais

Ponta do Sol com calçada antiga (Foto BCN)
A linda cidade da Ponta do Sol foi alvo de algumas intervenções nos últimos tempos. Gostei, particularmente, da calçada artística na avenida principal que vai culminar ne Légéd, com uma âncora. Muito bem pensado! (um buf tród e ke tiver se txêr sempre tem sê impacto, mesmo k for so um bufutxe)

Estive a pensar, das cidades-vilas ou vilas-cidade que conheço neste país, (só não conheço Nova Sintra e Santa Maria), Ponta do Sol deve ser daquelas que menos sinais de trânsito tem. E não é, de certeza, daquelas com menos transito!
Foto (BCN)
 Um bocadinho mais acima, na estrada que dá para Fontaínhas, há originalidade num sinal que alerta o condutor para a presença de cabras.

Foto BCN
Na Ribeira do Paul, mesmo a chegar à localidade de Eito, dois sinais praticamente no mesmo local, indicam a zona em que se está. Pelo meio, mais um, de perigo.

13 março 2012

Adeus, Calú

Varzinha (Foto BCN)
A comunidade de Varzinha e Lombo de Pedrene, a Ribeira da Torre no geral, está triste com a morte precoce de Calú de Jorgina. Um jovem que perdeu a vida exactamente na estrada que há duas semanas era inaugurada, para o contentamento dos habitantes do vale, que agora se gabam de ter a primeira estrada asfaltada do concelho.
Sei que, quando alguém morre, o discurso tende a ser sempre o mesmo, mas certo é que guardo boas recordações do jovem. Não consigo deixar de pensar numas gargalhadas impressionantes que o Calú um dia dava insistentemente la ne club d'Montanha, perante algumas cenas de teatro dançante do meu irmão Jair. Ele era muito amigo da malta de Ribeirinha de Jorge e chegou mesmo a integrar a equipa da zona, Montanha. Estamos muito tristes. Vou lembrar sempre daquelas gargalhadas, soltas, despreocupadas, e infinitas naquela noitinha lá ne Fundo de Morés, Calú.

02 março 2012

D'pôs d'Carnaval



Não sou propriamente um grande apreciador do Carnaval, mas confesso que fico maravilhado com os andores que se apresentam nos desfiles, nalguns lugares mais elaborados que outros, é certo, mas sempre reveladores de muito talento. Desde diazá que oiço falar na necessidade de se criar museus ou coisa parecida para preservar parte dos trabalhos (autênticas obras de arte) que se produzem por ocasião da festa do entrudo. Ouvi este ano o Ministro da Cultura a dizer, em São Nicolau, que talvez a melhor opção seja conservar alguns trabalhos em miniatura e guardar parte das peças (trajes, por exemplo). 
Adorei aquilo que fizeram na Ponta do Sol, há poucos anos atrás. Recuperaram este andor, deram-no um tratamento especial e com muita imaginação colocara-no por cima da ilhota la na Prainha. O mergulhador deu uma grande style à Prainha, sim senhor, pa!