16 agosto 2011

O desportivismo "sueco": Viva Santo Antão!!!!!!!

Em pé, da esquerda para direita: Ninã, Amunik, Tutuia, Ká, Nelson e Nelson
Agachados: Mantcha, Vika, Mariano, Palela e Oceano
(Onze inicial na vitória frente à Diáspora por 1-0 no estádio de Assomada (Foto: Benvindo Neves 
A selecção de Santo Antão chega pela terceira vez consecutiva à final da Taça Independêcia (torneio Inter-ilhas). Apesar de não ter conseguido, em nenhuma das ocasiões, conquistar o troféu, não deixa de ser assinalável esse feito. Primeiro, porque é a única ilha a conseguir atingir essa marca (alcançar a final por 3 vezes seguidas). Segundo, porque no xadrez das nove selecções, Santo Antão até 2007 nunca era tida, à partida, como uma candidata ao título, num cenário onde sempre o triângulo Santiago, São Vicente e Sal afiguraram-se como as "eternas favoritas".

Na projecção do jogo da última final, mais uma com Santiago, um dos responsáveis da caravana santantonense, José Candeias, afirmava categoricamente que à comunicação social que "à terceira vai ser de vez!", já que marcaria "o fim de um ciclo". Bem, não concretizou o "profecia" do Candeias, esse antigo guarda-redes da selecção verde, mas ficou demonstrado, mais uma vez, que há muita qualidade no desporto que se pratica na ilha.

E por falar em qualidade do desporto santantonense, que dizer dos resultados alcançados no ténis? Ora, no mesmo fim-de-semana em que Santo Antão carimbava o passaporte para mais uma final do Inter-Ilhas, acontecia na mesma cidade, Praia, o Campeonato Nacional de Ténis, com os atletas Samuel Lopes e Nélida Miranda, ambos da localidade Afonso Martinho a conqusitarem o título nacional em masculino e feminino, respectivamente. São sinais claros de que o desporto em Santo Santão está a atravessar um momento muito interessante, pelo que é preciso apostar muito mais nessa área, pois está provado que há todo um potencial que vale a pena ser explorado de forma metódica e sistematizada.
Foi maravilhoso ver a forma humilde como os tenistas vencedores expressaram o seu contentamento, sem qualquer tipo de sobranceria ou desprezo pelos adversários. Não menos "deliciosa" foi a forma como os finalistas derrotados da Taça Independência encararam e digeriram a derrota, colaborando, inclusive, com os santiaguenses na festa. Um show que já tinha sido visto há dois anos em Porto Novo, quando os adeptos, mesmo depois da expressiva vitória de Santiago por 4-0, continuaram a festa com um  Colá Sonjôn efusivo nas bancadas. Que lição de desportivismo!

Nos tempos em que o fair-play tem sido recorrentemente atropelado, com cenas, as vezes, lamentáveis nos palcos desportivos, precisamos todos ir à grande ILHA aprender um bocado do modus operandi dos Santantonenes nesta matéria. Que a moda permaneça e se expanda.