Ao longo da semana passada a RCV difundiu diariamente uma série de reportagens sobre Ribeira Grande de Santo Antão, da autoria do jornalista Carlos Lima. Num dos números, um dos entrevistados foi o presidente da Câmara local, Orlando Delgado. Dentre muitos aspectos abordados, falou da questão do urbanismo, tendo particularmente chamado a minha atenção a forma como se referiu aos "edifícios velhos" das vilas da Ribeira Grande e da Ponta do Sol. Falou em "pardieiros" e na necessidade de se proceder "à demolição" de muitas dessas "casas velhas" para que "as nossas vilas possam ficar mais bonitas".
Do meu ponto de vista, houve alguma ligeireza e falta de sensibilidade na forma como o autarca abordou essa questão. As vilas da Ribeira Grande e da Ponta de Sol são, a meu ver, verdadeiros patrimónios nacionais, desde logo pela sua elevada quantidade de edifícios de inegável valor histórico. Infelizmente muitos já atingiram um alto grau de degradação, e não tem havido medidas de fundo que possam garantir a sua preservação.
Veja as fotos que se seguem:
Edifícios do Terreiro (centro da Vila R. Grande)Fachada lateral da casa onde nasceu Roberto Duarte Silva (vila R.Grande)
Casa onde funciona o Cartório Notarial e Conservadora dos Registos (Ponta do Sol)
Aspecto de uma casa numa das principais ruas da Ponta do Sol
Edifício ex. residência oficial do Pres. CMRG (Ponta do Sol)Meio a sério meio a brincar, constumo dizer que essas vilas podem ser consideradas as São Filipe de Santo Antão. Mas carecem de uma atenção especial.
Fotos: BCN