03 novembro 2006

Fruta-pão


Este é um dos produtos que a ilha exibe toda vaidosa. Trata-se da Fruta-pão e, ao que parece, em Cabo Verde a árvore que a produz só existe em Santo Antão. Nesta ilha a árvore abunda e só no vale da Ribeira da Torre deve haver milhares.
A fruta-pão desempenha um papel importantíssimo na dieta do homem da ilha (e não só). Assada, frita ou cozida, ela é ingrediente indispensável para um guisado ou caldo de peixe, pratos típicos da ilha.
Mas como se explica que esta árvore tão vulgar em Santo Antão, não exista nas demais ilhas. Segundo relatos dos
mais velhos, a árvore foi trazida de Las Palmas por um proprietário da ilha que passara por aquelas paragens. Começou-se a plantá-la primeiramente em Ribeira da Torre e depois foi-se espalhando um pouco por toda a ilha. Mas também há quem defenda que foi trazida de São Tomé, país onde abunda a fruta-pão

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu tenho uma outra versão sobre a origem da árvore de Fruta-Pão em Santo Antão, mais concretamente em Ribeira da Torre. Conforme os documentos que eu tenho, conjugados com os relatos orais chegados até mim, a árvore foi trazida de Demerara / Guiana Inglesa pelos meus bisavós Justina Claudina Freitas e Sebastião José Cid entre 1875 e 1876.

A primeira árvore plantada ainda existe e encontra-se em Lugar-Guene mesmo ao lado da casa dos meus pais. Dado a sua estatura física, incomparável com qualquer outra que eu conheço, leva-me a crer que defacto a minha versão é credível. Na altura, os meus bisavós introduziram outras árvores e plantas que ainda existem exemplares, como por exemplo o Coqueirinho, espécie de palmeira que se encontra plantada ao lado da árvore de Fruta-Pão, a planta da mandioca conhecida por sebastiãozinho e em vias de desaparecer e outras que não conseguiram sobreviver dado ao rigor do nosso clima caso do Cacaueiro ( conta-se que uma planta sobreviveu mesmo assim muitissímos anos ).

O meu tio António Freitas, anos atrás fez algum demarche junto da Câmara da Ribeira Grande tentando não só o reconhecimento da origem da árvore em Santo Antão como também a protecção daquela que possivelmente é a árvore da sua espécie mais antiga em Santo Antão ou mesmo de Cabo Verde. Caso vier a ser comprovado, através dos documentos que possuimos e de estudos apropriados que ela é defacto a mãe de todas as outras da sua espécie é lógico que deve ser protegida pois pelo o papel que desempenhou na época das fomes e mesmo hoje na alimentação do santantonense é legítimo considerá-la um património nacional.


manuel Freitas

Benvindo Chantre Neves disse...

Olá, Sr Manuel Freitas.
Antes de mais agradeço-lhe por estas informações. É claro que eu limitei a transcrever versões que as vezes oiço da boca de pessoas da ilha que, de especulação em especulação, vão contando o que ouvem sem a preocupação com a fidelidade dos factos. Tb, para ser sincero, nunca preocupei-me em saber a verdadeira história desta árvore tão emblemática no nosso vale. Curioso é que ao ler seu comentario lembrei-me de ter ouvido na minha infância algo parecido, acho que foi da boca do meu pai.(só q na altura não me veio à cabeça)
Penso, mais tarde, desenvolver um trabalho sobre esta árvore. Já agora, se me permite, conto consigo. Um abraço

Anónimo disse...

mim, grinhecim ja deme eh vonted de kmé um ratcha de fruta como kmida de mes logue, moda no tava dze kond nos era peknim...o que sobrava do almoço era para comer a tarde, por isso que era a comida de més logue.
ja deme fome!
bijim