26 fevereiro 2007

Roberto Duarte Silva em dinheiro

Uma homenagem merecida à uma figura que se germinou na ILHA

Assim como outras figuras incontornáveis da nossa história (casos de Amílcar Cabral, Baltasar Lopes da Silva, Eugénio Tavares, entre outros) chegou a vez de Roberto Duarte Silva emprestar o seu rosto à uma das notas em circulação no nosso sistema monetário.
O notável químico cabo-verdiano, que agora vai poder estar mais perto de nós (nos nossos bolsos, nas nossas carteiras, nas caixas dos supermercados, enfim em toda a parte) nasceu em Santo Antão nos idos anos de 1837. Aliás foi precisamente por isso que o BCV escolheu SINTA10 (a ilha e não o meu blog) para proceder ao lançamento oficial da nova nota, que ainda traz no reverso um trapiche, engenho típico da Ilha.
O BCV foi, quanto a mim, bastante feliz na escolha desta personalidade. É que, pese embora os seus grandes contributos para o avanço da ciência, sobretudo no ramo da Química orgânica, Silva permanece um tanto quanto desconhecido entre nós, habitantes desta tirrinha.
Ouvi falar pela primeira vez de Roberto Duarte Silva, tinha eu uns 10 ou 11 anos. Na atura prestou-se-lhe uma grande homenagem na vila da Ribeira Grande e a escola onde eu então estudava – a velhinha Escola Central – foi rebaptizada com o nome “Escola Central Roberto Duarte Silva”. E todos nós, putos ainda na escola primária, fomos “obrigados” a ficar a saber que no século XIX nasceu em Santo Antão um Senhor de nome Roberto Duarte Silva, que após a morte do pai foi admitido como aprendiz num boticário, e que mais tarde emigrou-se para Lisboa, onde estudou na Escola de Farmácia local; que partiu depois para a Ásia (Macau e Hong Kong) e viveu por lá alguns anos, até descobrir a França; que foi então na capital francesa que viria a desenvolver toda a sua actividade que o notabilizou como cientista, tendo recebido muitos prémios, até falecer no dia 8 de Fevereiro de 1889, com escassos 52 anos.
Duarte Silva nasceu numa casa lá na Rua de São Francisco, em Povoação. Também isso fiquei a saber na altura da homenagem, pois, assim como colocaram a placa na Escola Central, também na casa onde nasceu foi posto um letreiro que diz:

Aqui nasceu Roberto Duarte Silva
Notável Químico cabo-verdiano
1837-1889

Lembro-me de, ao intervalo, ir comprar bolinhos de 10 tostões nessa casa, na mercearia do Sr. Cipriano. A loja já lá não está, mas o letreiro sim! Só que… o edifício, uma construção de inegável valor patrimonial, está a cair aos pedaços. Uups!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai como adoro esse teu blog!
As tuas palavras tocam qualquer um.
Obrigada por nos proporcionar momentos como este "bons textos, para uma agradável leitura".
Um beijo