06 dezembro 2007

Paul, Casa do Escritor e... Oriente

O vale do Paul é tido como um dos lugares mais belos de Cabo Verde. Pela sua orografia, pela exuberância da sua vegetação... penso que se justifica em pleno este rótulo.
Paúl esconde encantos, belezas, um potencial turístico enorme. Paul tem história, tem (agri)cultura...Paul encanta, por isso muitos que por lá passam, cantam-no.
E não será, certamente, por acaso que o "berço de Januário" poderá vir a albergar a Casa do Escritor. A ideia já foi lançada e, aos seus promotores - Vera Duarte, e AMIPAUL - Sinta10 levanta um aplauso
e aproveita para propor uma viagem diferente ao concelho.


O Oriente no Paul

Ao reparar nesta foto me veio à memória a Grande Muralha da China. É certo que por esse caminho não chego a nenhuma muralha. Antes, esta vereda, que até parece transportar-nos para o além, leva-nos até algures em Santa Isabel, no concelho do Paul.
Não sei porquê, mas não consigo deixar de associar esta imagem à majestosa Grande Muralha. Salvaguardando, claro, as proporções.

E, já agora...

que dizer deste exemplo de interculturalidade?

O autor da 1ª fotografia é a personagem que agora aparece nesta 2ª. De nacionalidade chinesa, Kayo esteve em missão no Paul durante cerca de 5 meses, ao serviço do Corpo da Paz. Mas não vou falar dela. Falo da foto, da riqueza expressiva que a mesma encerra.

A cobertura da casa, as paredes em pedra seca, a porta e a sua fechadura, a escada de pau e o sôrron faz-nos mergulhar num Santo Antão profundo. Ainda, num primeiro olhar este mergulho no profundo poderá ser bruscamente interrompido pelo “elemento estranho” – o chinês. Mas, um olhar mais demorado desvenda, em vez de um “ruído”, um exemplo de perfeita comunhão de povos, de integração onde eu te dou e tu me dás. Os chinelos que aparecem em cima da escada são um produto chinês, trazido pelos comerciantes. O nativo comprou-os usa-os no dia-a-dia. De tanto utilizá-los, teve que aplicá-los alguns pontos para aumentar a sua durabilidade. E é provável que tenha usado linha de cisal preparada a partir da planta que cresce nos cumes das montanhas da ilha.
Já, o sorron nas costas da chinesa é bem nosso. Só não sei se nessas costas o mesmo terá seguido viagem até ao oriente. Quem sabe!?

1 comentário:

Paulino Dias disse...

Bevans, qui tal?

Preciso falar contigo mas acidentalmente perdi todos os teus contactos. Mande-mos outra vez para paulinodias21@yahoo.com

Abraco,
Paulino