21 maio 2008

PIRRAÇAS ... made in Sinta10

Depois de um período de abstinência (ou será abstenção?) Sinta10 regressa, desta vez com uma pirraça aqui contada pelo meu irmão Jair . Como diria o outro, "nha boca ca está lá"!
Ei-lá:
Falha na avaria
Ribeira da Torre sempre foi um lugar que recebe gentes de várias proveniências, (de Figueiras, de Jorge Luís, de Santa Isabel, de entre outras), lugares onde a vida é mais difícil, dado ao isolamento, pouca oportunidade de trabalho, à pobreza, etc. etc. Para quem não sabe, Ribeira da Torre, é um dos profundos vales de Santo Antão, pertencente ao concelho da Ribeira Grande. Caracteriza-se pelo verde copioso (que se estende em toda a sua dimensão) em virtude da abundância de água, um dos melhores geradores de banana em Cabo-Verde, produz muita cana para o fabrico do “famoso grogue”, muita fruta-pão, enfim, goza de grande riqueza e diversidade de produtos – há muito labor agrícola durante todo o ano, daí a justificação para a sua procura em busca de um dia de trabalho e uma vida que seja um pouco mais "eskéntxin e contente".

Ribeirinha de Jorge, particularmente, tem recebido algumas dessas pessoas, lembro-me do Fabal, do Pé de Rót, do Pé de Aranha, (estes numinhos são-lhes postos pelos rapazes buzód da zona), do Nelson e do Meteje de Deolinda, do Péd Cabeça, entre outras figuras que de certo modo alegravam e alegrem a zona com as suas peripécias, cada um a sua maneira.
Essa é boa, atente-se amigo leitor, é do Fabal.
Um belo dia este rapaz de Figueiras, magro, de estatura média, semblante sempre preocupado, “cabistonto” como diria o Mia, encontrava-se muito aflito, pois que o seu rádiozinho deixara de funcionar. Na sua aflição, passava ao redor da sua casa o Amílcar de Rozére – Mizguin, que lhe perguntou a razão daquela apoquentação. Em jeito de queixume, respondia o Fabal – moço eme tava ei te interté que nhé rédiin, de repente el txá de toká. Mine sebe u ke keme te fezé, jame ebril ma mine sebe dondé kel falha está.
Mizguin, responde-lhe com ar muito sério de quem desejava ajudá-lo na resolução do seu problema – rapaaaajje, kel falha deve estód nekel veria, ebril bo xpiá. Fabal, arreliado disse – ó repéz, go bo ti te ben dzeme kese falha está nese veria, se jáme ebril eme xpiel, el te drete? Mizguin, pertinaz, insiste – jame dzéb ke kel falha está ne kel veria! Kondé ne vida bo kunsé veria dun rádio…vinde de lá dekeje konpe de Fguéra? Se kel veria tivese drét, rádio tava te toká dritin!
Fabal, arreliado como um cão raivoso, explode - bzôt de Rbera do Tore bzôt tem menia de da pe xperte ma nada bzôt sebé, apoje ese véria te méje dret ke bo kebeça, esse falha deve estód note koza ke nen ne véria, ke ese veria te dritin!

Merci, Djédjin

10 comentários:

Valdevino Bronze disse...

rapaaajje! já bo dél einh...ou ê bo ermon? Boa Benvasss...ê sempre sebin recordá jovem! Kel abrace...

Benvindo Chantre Neves disse...

ohh, mim mim non!! basta que'm dzê que nhó boca ca está lá.
Ma bo séb ess cosa ê dvera, nem? Mizguin é buzod dmés, rapaz

ary cabrera disse...

Oh Benvind, screvé mas vez cmad es cont na bu blog pamod es é fantastico, apesar cum ta dmora um bocadin pa intendé.
Hoje dja bu abrim nha dia ke djom arri pa fronta kes cont.
Fla jair ke nota 10.

Paulino Dias disse...

Ó Benvans, dpôs m te contób tembê de um vez que mi, Gilsa de Cursine e Jõn Bunita, nô bé de Fajã pa bé rusgá um fistinha de Natal ne Ribeirinha de Jorge lá na Nhe Rosér, mén de Mizguin, moce. Nôs era rusga ma no foi trotóde mut dret, ind p´la mnhenzinha Kuntuna tava ta alnhavá mon na garganta dum cabra pa bé fezê um caldin...

Benvindo Chantre Neves disse...

Cabrera, merci pa bo coment. Um te prometê, mim ma jair, fcá te escrevê mais conto. Ma tb fcá te desinterrá ques mont de cosa de la de Bubista (estoria de ques farra cuns bitche estrónhe, por ex.)
heheheh

Benvindo Chantre Neves disse...

Ó Poline, e'm te fcá te esperél. Dtchpatchá dei que estoria de rusga bem trotod deve ser interessént, pá

abraço

Anónimo disse...

ahah Benvind, jam érri de mund! realment ne noj rbera tem estória que 'n de cabá! méj un cosa, pé mim vale de rbera dô torr Ê val méj bnit de sentonton! Paúl ê méj fólod ma rbera do torr tem se lugar. Inda por cima que ej estória de bô ma Polin... mim ê de puvoçom ma mut ligód a tud quej rbera.
fca dret e 'm te fca te espera de mej estória de bo ma bo irmon.
mnininha de puvoçom

Benvindo Chantre Neves disse...

Ó Mnininha de Puvoçon,e'm te concordá que bô, apesar de'm ser suspeito. Realmente vale de rbera do Torre é dun beleza extraordinário.E'm te estmá mut nha vale, isso sem dtchá de gostá de ques otlugra de nhe Sinta10.

bo podê contá que'm te fcá te trezê més estoria

Merci pe bos visita e comments
quel abraço
BCN

dutilleul disse...

Caro Benvindo Neves,
por esta via, os seus potenciais leitores não se resumem aos cidadãos de Cabo Verde. Infelizmente tenho muita dificuldade em compreender crioulo; para dizer a verdade, não compreendo nada – vou adivinhando. A única coisa que lhe posso dizer é que estou absolutamente encantado com as suas histórias.
Não dá para acrescentar umas traduçõezinhas (entre parênteses ou em letras mais pequeninas)?

Anónimo disse...

gente de figueiras eh bestente engroçod! e fabal k te fji regra. ele eh um comédia! ma um gaje mute cool!!! sem igual mesmo! hoje jal tem se femilia e el te trubaiá dure pe sutentel!!! bravo, Fabal!
belas historias!!