No último fim-de-semana assistiu-se na Assembleia Nacional, na Praia, uma apresentação memorável do grupo Juventude em Marcha, em dose tripla.
Respondendo à um convite de Pedro Martins, o autor do livro Testemunho de um Combatente, o grupo teatral de Santo Antão chamou à si a responsabilidade de interpretar um drama, assente num dos episódios mais arrepiantes da história destas ilhas: as torturas no Campo de Concentração do Tarrafal.
Ainda que o grupo esteja habituado a levar para o palco episódios dramáticos vividos pelo povo cabo-verdiano (caso das secas, as fomes...) sem no entanto deixar de fora o lado hilariante, desta vez não havia lugar para comédia. O grupo soube passar de forma áurea no duro teste, um teste que ficou ainda mais exigente pelo facto de os actores terem de interpretar a peça não na variante que tão bem sabem manejar - a de Santo Antão - mas sim na de Santiago.
Mas, o mais interessante de tudo, quanto a mim, foi a simbiose perfeita que se viu no palco. Foram necessárias cerca de 50 pessoas para dar corpo ao trabalho e, para isso, o grupo contou com as indispensáveis colaborações da sua congénere de Santiago - o Otaca - e do grupo de dança Bibinha Cabral. Foi um coisa bonita de se ver e um verdadeiro exemplo de como as diferentes ilhas poderão desenvolver muito mais a cooperação, a começar pela vertente cultural.
E mais... a entrada em cena da Terezinha Araújo (5ª foto) a interpretar uma mítica canção dos tempos de luta de libertação, foi de arrepiar. Aliás, quase todas as cenas da peça nos faziam arrepiar. Uma grande oferta ainda na refrega das comemorações dos 35º aniversário da Independência Nacional.
2 comentários:
ó broda esse ê prova que Juventude em marcha ê um grupo mute versátil e sem dúvida tem um lugar de destaque na cultura cabo-verdiana. Bem haja êsse grupo de sintôntom, Cób Verd e de Mund inter!
bunito, npassa li so pa fla mé FIDJUS DI BIBINHA CABRAL...
http://fbctarrafal.blogspot.com/
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