Quando se ouve Vadú a cantar em tons marcadamente melancólicos “Djusê sai di casa inda ele ca volta não, ma dja fazi 4 anu ki Djuzê sai di casa, panha boti el ba mar nha guênti inda el ca volta…” dá-nos a sensação de que Vadu estaria a cantar o próprio destino: o artista morreu precisamente no mar... de Santo Antão. Ele havia passado o Natal e fim-de-ano (2009) na ilha, ia ser o cabeça de cartaz de um festival de música integrado nas actividades alusivas à festa do Município da Ribeira Grande.
O artista, natural de Santiago, tinha um carinho especial pela ILHA... e cantou-a: "Ribeira Grande.. ess mar, ess bentu, ess rótxa, ess groguin ta fzem sabi.
As rochas e o mar que inspiraram Vadú, que fazel sabi, acabariam por ser os mesmos que o ceifariam a vida.
As rochas e o mar que inspiraram Vadú, que fazel sabi, acabariam por ser os mesmos que o ceifariam a vida.
Conforme escrevi aqui, quis o destino que o menino do Bairro Craveiro Lopes fosse perder a vida na terra que aos poucos ia adoptando, uma terra que, para lá chegar, teve ki salta tudu mar e rotcha tamanhu, para depois concluir: sabura kin pasa, ka ta da pa konta... kantu um dá rinkada pa’m bai, um ka rapendi nau.
Na noite de 12 de Janeiro do ano passado, Vadu partia da Ponta do Sol rumo à Povoação, à boleia num camião conduzido por Dai, um jovem de Salamansa, São Vicente. Os dois cairam no mar, na Ribeira dos Órgãos. Dias depois, os corpos das duas vítimas eram encontrados a flutuar no mar. Dai foi sepultado na Ponta do Sol. Já o corpo de Vadu seguiu para o cemitério do Alto de São Miguel, o tal cemitério que fica nas alturas. A propósito, disse certa vez um leitor deste blog que Ribeira Grande deve ser o único lugar no mundo onde os vivos carregam os mortos para ceu...
Na noite de 12 de Janeiro do ano passado, Vadu partia da Ponta do Sol rumo à Povoação, à boleia num camião conduzido por Dai, um jovem de Salamansa, São Vicente. Os dois cairam no mar, na Ribeira dos Órgãos. Dias depois, os corpos das duas vítimas eram encontrados a flutuar no mar. Dai foi sepultado na Ponta do Sol. Já o corpo de Vadu seguiu para o cemitério do Alto de São Miguel, o tal cemitério que fica nas alturas. A propósito, disse certa vez um leitor deste blog que Ribeira Grande deve ser o único lugar no mundo onde os vivos carregam os mortos para ceu...
A ultima morada de Vadu fica nas alturas! Num lugar alto, com vista para o mar e para as rochas tamanhu queria morar Vadu. E, consta que o artista já tinha solicitado à Câmara Municipal da Ribeira Grande um terreno para fazer uma casinha algures num região alta. Estranhas coincidências!
Santo Antão soube acolher Vadú. Talvez o artista nunca arrependa de ter escolhido a ilha como sua segunda casa.
2 comentários:
CITO ESTA FRASE DE VADÚ À PONTA D'ATUM:
"NHÁ BRODA NU BÁ TOMA UM GROGU - SI NU ODJADU KA TA FAZI NADA - ANTI NU TÁ DAL NA RÁDIO".... E RIAMOS ETERNAMENTE ATÉ AO RAIAR DA RESSACA, NO TARRAFAL!!!
MÚSICA E SABURA À TUA ALMA!!!!!!! ´
Lizu, Bsot tava bé esterçaiá era kel groguin de Sintédés, kel k tava Faze'l Sabi, nem?
ABRAÇO
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