A desventura do Paulino em ter pago em Assomada 700 paus para meia dúzia de bananas dá que pensar. Tentando compreender como foi possível chegar à simpática soma, fiz muitos cálculos mas fiquei QO. Então, dei duas voltas à cabeça e fui vasculhar as minhas vivências em Santo Antão, marcadas por uma relação muito próxima com a banana, desde o plantio, a rega, a limpeza, o corte (colheita), o transporte e, claro a devoração do fruto.
Lembrei-me daquelas "impolas" na palma das mãos quando perfurava-mos os buracos para meter as "herdeiras"; dos fusos insuportáveis que vinham dos nabos (caule apodrecido da bananeira) que cortávamos para tapar buzil e interrnôdor no momento da rega (nota-se que horas depois éramos nós a gerar esses fusos - meu irmão David tornou-se especialista nesta "arte"); das picadas insuportáveis das centopeias que quase sempre se encontravam no meio desses nabos; daquela chatice em carregar os cachos, com o receio de ficarmos com a nossa vestimenta pintada de nódoas; dos concursos a ver quem conseguia comer mais bananas em menos tempo...
Lembrei-me daquelas "impolas" na palma das mãos quando perfurava-mos os buracos para meter as "herdeiras"; dos fusos insuportáveis que vinham dos nabos (caule apodrecido da bananeira) que cortávamos para tapar buzil e interrnôdor no momento da rega (nota-se que horas depois éramos nós a gerar esses fusos - meu irmão David tornou-se especialista nesta "arte"); das picadas insuportáveis das centopeias que quase sempre se encontravam no meio desses nabos; daquela chatice em carregar os cachos, com o receio de ficarmos com a nossa vestimenta pintada de nódoas; dos concursos a ver quem conseguia comer mais bananas em menos tempo...
Pois é, por altura do verão, com o calor as bananeiras produzem mais e as bananas começam a amadurecer mais depressa. Nas hortas encontrávamos cachos maduros, com pardais ta engordá na banana e nós, convivendo com estes pequenos concorrentes na descontra, íamos fazendo as nossas farras.
São muitas as espécies desse fruto: banana anã: vão para São Vicente às carradas e eram aquelas que mais comíamos; banana santoma (de São Tomé): mais cara que a anterior, era para "ramos" e vendas pontuais; banana prata: sobretudo para encomendas; banana macho: para comer frita; banana rôcha: para comer em família, porque rara... Enfim, outras como gigante, inglesa, etc. logo se via o que fazer com cada indana.
Bem não sei que espécie terá o Paulino comido. Se for anã... não sei que zer; se for Prata, talvez a bananas fossem literalmente de prata; se for santoma, talvez por ser muito rara aqui em Santiago; se for macho, talvez cada unidade pesasse um kilograma; se for rôcha, talvez devido à sua beleza. Se forem outras espécies.... heh, tá difícil continuar...
Fotos: banana rôcha de Ribeira da Torre (por BCN)
2 comentários:
Olá Benvindo,
Intressent bo crónica a proposito de quej fomoze banana de Paulino! acho que bo esquece ou enton bon séb que te ixisti um banana d'or! 'm cmel ne Brésil um vez, ma pem dzeb banana prata ê méj séb. Ma se calhar quej d'or ê méj cór e com rozon bon de otcha?Por isso ach que ne Santiago tb tem banana d'or...ihih...quanto mais não seja pelo preço.
Fca dret
Mniniha de puvoçom!
Olá Mnininha de Puvoçon,
Pe dzê verdéd, nunca e'm tinha uvid falá ness espécie de banana que é d'or. Realmente el devê ser bem cór ma so Paulino pe dzê nôs que tipo de banana el cmê.
Prei podê até ter bnénina d'or ma e'm totchá que é só pa espundrá n'oreia.
Um abraço e voltá sempre
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